Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

sábado, 6 de setembro de 2008

Amor bandido

Amor bandido

Todo mundo já teve ou então vai ter um amor bandido na vida. Ah, você não? Namora há 10 anos, esta casado há 20 e não vai ter? Tudo bem, cada um sabe de si, mas amores bandidos ensinam muito. Mas, o que é amor bandido? É o amor das ex-namoradas do Fernandinho Beira-Mar? Pode ser, mas amor bandido não é necessariamente o amor por um marginal.
É aquele amor cheio dos "poréns", é aquele que faz bem e que faz mal ao mesmo tempo, que dá calor e logo rouba a paz, pode ser aquele entre pessoas de gênios diferentes, por pessoa complicada, que não se ajuda a ser feliz e faz cena a todo instante, é aquele que as pessoas terminam e voltam como se fossem viciadas uma na outra, aquele cheio de ciúme, insegurança e brigas tolas.
O amor bandido é amor de letra de música sertaneja (os que a desprezam que me desculpem, mas no fundo em algum lugar ou situação, todos já ouviram tal gênero), começa com o ânimo inocente de "É o amor", se torna "Amor Selvagem", "Entre tapas e beijos" chega a ser "Cara de Pau", e não termina cedo, afinal "Cada Volta é um Recomeço". Mas um dia alguém diz "Pare", e sai fora.
É aquele amor de vício, de pele e não de razão, de ponderação, e calmaria. É o amor de fogo, de paixão, de ânimo, que o tempo e o convívio, podem apagar ou torná-lo menos bandido, na mais remota das possibilidades.
As pessoas sabem que o amor bandido é difícil de dar certo, pelas diferenças, pela excessiva complicação da personalidade do outro, que, muitas vezes, pode estar em constante crise existencial, depressão ou algo assemelhado. Todo amor bandido impõe desafios e quem o encara e o faz por gostar do perigo excitante a ele inerente, perigo este que o o faz achar que pode fazer o sertão virar mar e o mar virar sertão.
Viver um amor bandido é uma burrada, casar com o amor bandido já é uma mancada das grandes. Mas se aprende, ninguém vive para sempre com um amor bandido. O amor de verdade se sustenta na similitude, opostos se atraem mas não permanecem, esta é a verdade. Se um amor é bandido porque o amado é problemático, complicado ou down, e o amante é alto astral e simples, um dia este desanima, do contrário, se amado e amante são complicados e "deprimidos", há relação entre semelhantes.
Amor bom pra se viver tem que ser calmo e paciente, tem que ser por pessoa com personalidade semelhante a nossa. Pessoa alto astral, descomplicada, que quer ter uma família, união legal, parceria forte, cama quente, carinho, respeito, não fica com amor bandido, termina dando um tiro na sua raiz e se desvencilhando, indo buscar um amor paciente, um amor honesto no sentir e no viver, um amor em que nenhum escora nem precisa de escoro, em que as mãos se unem e os amantes andam lado a lado, confiando, compreendendo e respeitando um ao outro.
Mas, é bom um amor bandido? Tudo o que a gente mantém por algum tempo é bom enquanto dura. A questão é a maturidade. Pessoas maduras superam amores bandidos, pessoas imaturas precisam sofrer o dobro para aprender, mas, um dia aprendem, ou não, (como diriam nossos "poetas compositores" baianos). Todavia, existe uma bela coincidência: depois de amores bandidos, com os pecados purgados, as boas pessoas terminam encontrando um belo amor honesto.

Cláudia de Marchi

Passo Fundo, 06 de setembro de 2008.

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